Esse é um momento em que o mundo gira em torno, sobretudo, da auto-imagem: o que é, o que se faz, o que gosta, o que se tem – ou seria o que gostaria de ser, de fazer, de gostar e ter – reina sobre a realidade de cada um. O compartilhamento dessas experiências fecha um ciclo com manifestações de tecnologia persuasiva que completam o que o outro procura, estejam elas em forma de serviços, produções visuais, virtuais… toda e qualquer forma de tecnologia persuasiva. Vejo aplicativos que tomam forma de redes sociais criarem um grande vínculo com o usuário quando se coloca, por exemplo, a opção de ter um ícone intrínseco à ele que torna possível relacionar todas as suas atividades virtuais (que envolvem imagens, nesse caso) ao aplicativo em questão – aqui menciono o Pinterest. Isso, claro, além do próprio aplicativo sugerir novas alternativas relacionadas às imagens que você ‘curte’, tornando a atividade de criar e preencher seus painéis longa e prazerosa. Se você quiser.
Outra manifestação inteligente de envolvimento e persuasão ao uso do aplicativo foi a ferramenta relativamente recente do Facebook de trazer à tona posts seus que completam aniversário(s) da data de postagem; causando a sensação de nostalgia, levando a um possível ‘re-compartilhamento’, um novo feedback, etc. Quando memórias são colocadas dessa forma, no mesmo patamar do presente, os efeitos muitas vezes são positivos; e o retorno também.
Curitiba São Paulo
Numa viagem que fiz à São Paulo ainda este ano, pude presenciar a utilização de novos semáforos de trânsito, que traziam bicicletas representadas além da comum sinalização para pedestres. Pouco tempo depois, li uma reportagem que trazia a mesma sinalização aplicada em trânsito na cidade de Curitiba, e em ambos os resultados são positivos: a percepção da comunidade muda em pontos onde circulam pedestres, ciclistas e carros todos juntos, pela simples presença de uma nova simbologia; não só pela atenção às formas e circulação de cada um, mas também pelo incentivo à forma alternativa de locomação. A meu ver, serviços especialmente projetados para agir de maneira persuasiva sobre seus consumidores também se encaixam na categoria em questão.
No mercado alimentício, ingredientes expostos e a possibilidade de ver seu produto sendo montado ajudam a ganhar a confiança do consumidor e incentivam a compra por impulso. Em outras palavras, nesse cenário o consumidor pode ‘comer com os olhos’.
Contribuição de Luiza Coelho Braga Pinto.